sábado, 3 de maio de 2008

Marmulano


Sideroxylon marmulano


É uma pequena árvore sempre verde, com seiva leitosa, comum à Madeira, Canárias e Cabo Verde. As rochas próximas do litoral constituem o seu ambiente preferido, mas poe ser observado no Parque Ecológico nos taludes bastantes expostos à radiação solar abaixo da Levada dos Tornos.
É hoje uma espécie bastante rara, talvez pelo facto de ao longo dos tempos as suas folhas terem sido sistematicamente apanhadas para alimentar o gado.
Antigamente, quando era mais frequente e acessível, as cascas do Marmulano eram maceradas em álcool e o remédio usva-se em massagens para debelar as dores musculares.

Sorveira ou Tramazeira


Sorbus maderensis


Pequena árvore de folha caduca, flores brancas, cachos de frutos vermelhos. As flores surgem em Junho e os frutos no fim do Verão. Vive apenas nos ambientes frios e ventosos das grandes altitudes e é das espécies maisraras da Madeira. Os dois últimos núcleos, que não atingem a meia centena de plantas adultas, localizam-se na área do Parque Ecológico do Funchal. Com a retirada total do gado que vagueava em pastoreio livre, em Outubro de 1995, começaram a aparecer plantas jovens e o espectro da extinção deixou de existir.

Perado




Ilex perado (Aiton)




É uma pequena árvore sempre verde, endémica da Madeira, que habita a Laurissilva e o biótopo das terras mais altas. No Parque Ecológico pode ser observado na cabeceira da ribeira das Cales ou no Pico dos Melros. É parecido com o azevinho europeu mas as folhas coriáceas não têm espinhos tão salientes nas margens. As flores são pequeninas e pouco vistosas, ao contrário dos frutos vermelhos que o tornam muito atractivo no Inverno.

Sabugueiro







Sambucus lanceolata





É uma das raras árvores de folha caduca da flora madeirense. As suas flores em infusão são usadas em gargarejos para combater as inflamações da garganta. A infusão quando bebida tem efeitos emolientes e sudoríferos. As folhas frescas são utilizadas em cataplasmas no tratamento de úlceras na pele. Os pequenos frutos maduros são gostosos e podem ser apreciados em finais de Agosto e ao longo do mês de Setembro.



Folhado




Clethra arborea (Aiton)

É a árvore mais vistosa da Laurissilva, graças às suas flores brancas que sobressaem no espesso manto verde, nos meses de Julho e Agosto. O aroma e a beleza associam-se numa simbiose que maravilha os nossos sentidos.
O Folhado, para além da sua notável presença na floresta indígena, pode perfeitamente ser utilizado como árvore ornamental em estradas e jardins, em altitudes entre os 500 e 1000 metros.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pau Branco


Piccona excelsa (Ait.)

A Laurissilva possui outras arvores de porte inferior ao das lauraceas. Comum a quase todas e o facto de possuírem uma folha persistente e flores mito poucos vistosas. É o caso do pau branco que pertence à família das oleáceas. Os frutos muito parecidos com as azeitonas ficam quase negros quando maduros, no mês de Setembro. A sua madeira é mais rija das arvores indígenas e foi muito utilizada nos fusos dos lagares, nos eixos das rodas das típicas carroças da Ponta do Pargo e nas corsas dos peculiares carros de cesto do Monte.

Barbusano




Apollonias barbujana (Cav.)

pode ser visto nas franjas mais baixas da Laurissilva. As suas folhas normalmente apresentam umas verrugas causadas por um ácaro específico. As flores são muito pouco vistosas. Hoje são raros os exemplares de grande porte, refugiando-se as arvores mais velhas nas rochas de difícil acesso ao homem e animais. A sua madeira muito rija foi essencialmente utilizada para fazer estacas para as latadas da vinha.

Vinhático

Persea indica

As flores do vinhático são pequenas como as das outras lauráceas. As folhas ficam vermelhas quando envelhecem, o que lhe dá um aspecto muito bonito. O Vinhático tem uma madeira avermelhada que faz lembrar o Mogno. Desde os primórdios do povoamento este mogno da Madeira foi utilizado no fabrico de mobiliário, o que provocou uma forte redução nos seus efectivos. No entanto, ainda hoje é possível encontrar belos exemplares desta espécie, que apenas tem congéneres nas regiões tropicais da América e da Ásia.

Til


Ocoetea foetens (Aiton)

É uma árvore mais frondosa e mais espectacular da floresta da Madeira. Apesar da sua madeira ter sido muito utilizada nas vigas dos edifícios e nas varas dos lagares, ainda hoje é possível encontrar tis de grande porte, verdadeiros monumentos naturais, possivelmente mais velhos que o povoamento da Ilha. Natural da Madeira e das Canárias. Este gigante da Laurissilva tem flores muito pequenas e discretas.


Loureiro da Madeira

Laurus azorica (Seub.)

É comum aos Açores e às Canárias. Atinge maior porte que o seu congénere mediterrâneo, o Laurus nobilis. As flores são pouco vistosas, podendo ser observadas de Fevereiro a Abril. Os rebentos novos são usados como espetos nas típicas espetadas madeirenses. As folhas bastante aromáticas são muito utilizadas na culinária e em infusão produzem um mediamento expectorante e sudorífero. Com a baga do Loureiro é feito o azeite de louro, que tem fama de ser bom remédio depurativo do sangue, cicatrizante de lesões internas e externas. O azeite de louro é também usado para friccionar as articulações com o objectivo de diminuir as dores reumáticas. Sobre os troncos e ramos dos loureiros mais velhos é frequente surgirem umas galhas provocadas por um fungo parasita específico - Lauribasidium Laurii (Geyl.). Da maceração das cecídoas em aguaardente resulta um remédio muito popular na Madeira pelos seus bons benefícios no controlo de hemorragias uterinas.